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Hoje, 26.01, comemora-se o aniversário de Santos - 469 anos, ERRADO, SÓ QUE NÃO (OU A PERSISTÊNCIA DA MEMÓRIA)

A cena é uma constante, há anos, décadas, em rodas de nativos conversando nas praias santistas. Alguém solta um "Nossa, a praia hoje tá cheia de paulistas", para imediatamente alguém sacar a correção: "Paulista a gente também é, seu burro! Você quer dizer paulistanos". Será burro mesmo? Ao contrário do que os corretores pensam, quem diz "paulista" para designar os forasteiros não está assim tão louco ou errado. Afinal, quando o núcleo urbano de São Paulo foi fundado, ele era apenas mais uma vila da Capitania de São Vicente. Todo mundo nesta parte da Colônia era vicentino. Quem nascia na vila de São Paulo era paulista. E vicentino. Como a vila do planalto de Piratininga colonizava por conta própria, com seus índios, os sertões às margens dos rios Paraíba e Tietê, os habitantes de toda essa enorme região costumavam ser também considerados "paulistas". Mas o litoral, mais antigo, povoado e 'europeu', não se incluía nisso não. Entre 1681 e

São Paulo não é a avenida Paulista. São Paulo é a resistência na periferia

Leonardo Sakamoto 25/01/2015 10:28 Logo após a fundação da vila de São Paulo de Piratininga, José de Anchieta, com a ajuda de índios catequizados, ergueu um muro de taipa e estacas para ajudar a mantê-la “segura de todo o embate”, como descreveu o próprio jesuíta. Os indesejados eram índios carijós e tupis, entre outros, que não haviam se convertido à fé cristã e, por diversas vezes, tentaram tomar o arraial, como na fracassada invasão de 10 de julho de 1562. Grande dia aquele. Ao longo dos anos, a vila se expandiu para além da cerca de barro, que caiu de velha. Vieram os bandeirantes (cada povo tem os heróis que merece) que caçaram, mataram e escravizaram milhares de índios sertão adentro, mas também ampliaram o território brasileiro em sua busca por riquezas. Da África foram trazidos negros, que tiveram de suportar árduos trabalhos nas fazendas do interior ou o açoite de comerciantes e artesãos na capital. No início do século 19, a cidade tornou-se reduto de estudantes de direi