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Mostrando postagens de outubro, 2017

A luta de Niéde Guidon para preservar o maior tesouro arqueológico brasileiro

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(Por Defender | 30 de outubro de 2017) Depois de uma vida turbulenta à frente do Parque Nacional Serra da Capivara, no Piauí, a arqueóloga cogita abandonar seu projeto de vida. E isso lhe dói demais, porque ela não preparou um sucessor. (Pé na estrada. Sem herdeiros, Niéde pensa, com cada vez mais frequência, em ir morar num retiro para idosos nos arredores de Paris.) Na porta do inferno d’A Divina Comédia, de Dante Alighieri, está o aviso tenebroso: Lasciate ogni speranza, voi che entrate, que em português quer dizer “Deixai toda a esperança, vós que entrais”. Em um lugar quase tão quente, a cidade de São Raimundo Nonato, a 521 quilômetros ao sul de Teresina, Piauí, a mesma frase em italiano, esculpida no portão de madeira, dá as boas-vindas a quem chega à casa da arqueóloga franco-brasileira Niéde Guidon. Segundo ela, a escolha dos dizeres, ali pintados com tinta vermelha, se deu por afinidade literária, apenas. Mas quem conhece Niéde, braba que só, sabe bem: pode ser também um reca

Descoberta do nome de Alá em artefatos vikings intriga cientistas

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(Fragmentos de tecidos feitos de seda e prata foram encontrados em sítios arqueológicos suecos | Foto: Divulgação) Arqueólogos suecos anunciaram a descoberta de caracteres da escrita árabe em mantas mortuárias encontradas em cerimônias funerárias vikings. A descoberta pode levar a novas informações sobre a influência do Islã na Escandinávia. Curiosamente, os fragmentos estavam esquecidos em um arquivo, onde permaneceram por mais de cem anos, classificados como material genérico. Mas uma nova análise dos tecidos, encontrados em túmulos dos séculos 9 e 10 agora revela detalhes desconhecidos sobre o contato entre os mundos viking e muçulmano. E o exemplo mais gritante são os bordados em prata e seda que escrevem as palavras "Alá" e "Ali". Padrões diferentes A descoberta foi feita por Annika Larsson, da Universidade de Uppsala. A arqueóloga, especializada em tecidos, ficou intrigada ao constatar que as amostras, recuperadas em escavações ao longo dos últimos dois sécul

Como indígenas brasileiros lidam com a sexualidade

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(Naiara Albuquerque ) Pesquisador fala ao ‘Nexo’ sobre como o processo de colonização europeia do ‘Novo Mundo’ afetou as sexualidades dos povos nativos (INDÍGENA DE MATO GROSSO DO SUL) O livro “Existe índio gay? A colonização das sexualidades indígenas no Brasil” surgiu a partir do questionamento contido no título da obra, ouvido repetidas vezes por Estevão Rafael Fernandes, professor da Universidade Federal de Rondônia. Fernandes é antropólogo e doutor em ciências sociais pela Universidade de Brasília. Seu novo trabalho é resultado de pesquisa bibliográfica, documental e de campo feita, desde 2012, nos Estados Unidos e no Brasil. Ele entrevistou indígenas de povos norte-americanos e em Estados como Pará, Rondônia, Acre, e Mato Grosso. “Por uma questão de ética e confidencialidade”, Fernandes não expõe os nomes dos entrevistados nem de seus povos. “Decidi não individualizar as comunidades e aldeias. Percebi que boa parte dos indígenas de uma etnia não se sentiria bem dizendo: ‘aquele