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VIDAS SECAS

Catástrofes atravessaram os séculos Sol a pino. Mas o calor ferve também do chão. O que já foi rio se transforma em mais caminho. Mais uma terra rachada. Nesta história de passos-jazigos, cruzes se espalham no cenário emoldurado por uma linha do tempo hostil, de marcas na pele das pessoas e na alma do país, com terra áspera nas memórias. “Na planície avermelhada, os juazeiros alargavam duas manchas verdes. Os infelizes tinham caminhado o dia inteiro, estavam cansados e famintos”. (Trecho do livro Vidas Secas, de Graciliano Ramos) Os infelizes estão nas primeiras palavras de Vidas Secas e não são apenas personagens do olhar de Graciliano Ramos, em meio ao sertão, no ano de 1938. Oito décadas depois da descrição dura de um dos gênios da literatura brasileira, o caminho tem outras curvas de dor e de luta em busca de um mesmo bem: a água. (Por Luiz Cláudio Ferreira) Os infelizes estão nas primeiras palavras de Vidas Secas e não são apenas personagens do olhar de Graciliano Ramos, em meio