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Mostrando postagens de 2018

O local da primeira colônia europeia nas Américas, estabelecida 500 anos antes da chegada de Colombo

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(Allan LynchBBC Travel 29 julho 2017) (Aux Meadows ficou desaparecida até 1960, quando foi descoberta por casal de arqueólogos noruegueses) Enquanto guiava pela autoestrada TransCanada Highway, fui parado por um alce. Estava na região norte de Newfoundland, no Canadá, em um trecho conhecido como Trilha Viking e que leva a L'Anse Aux Meadows, o único assentamento nórdico da América do Norte. É lá que um momento significativo na história da migração humana aconteceu. No ano 1000, quase meio milênio antes de Cristóvão Colombo iniciar sua famosa viagem, um barco viking, capitaneado por Leif Erikson, levou 90 homens e mulheres da Islândia em busca de um novo lar. Foi o primeiro assentamento europeu no que chamamos de Novo Mundo. Erikson e seus acompanhantes chegaram na vazante da maré e ficaram presos nas águas rasas da baía de Epaves. Quando a maré subiu, seguiram viagem até L'Anse Aux Meadows. Em tempos modernos, pode parecer um local inóspito, alvo de fortes ventos vindos do m

Legado de 1968: como uma revolução de esquerda ajudou os capitalistas a vencer

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Embora um imenso abismo separe a revolução social da década de 1960 dos protestos atuais, testemunhamos uma reapropriação semelhante da energia da revolta pelo sistema capitalista (Por Slavoj Zizek) {Créditos da foto: Corbis} Os protestos de maio de 1968 transformaram o mundo ocidental. Hoje, quase 50 anos depois, está claro que o movimento supostamente de esquerda acabou ajudando o capitalismo a triunfar. Embora um imenso abismo separe a revolução social da década de 1960 dos protestos atuais, testemunhamos uma reapropriação semelhante da energia da revolta pelo sistema capitalista. Um dos slogans mais conhecidos pichados nos muros de Paris em 1968 era: "as estruturas não caminham pelas ruas", ou seja, não era possível explicar as grandes manifestações de estudantes e trabalhadores de 68 nos termos do estruturalismo. E é por isso que alguns historiadores até postulam 1968 como a data que separa o estruturalismo do pós-estruturalismo, que seria, segundo muitos, muito mai

VIDAS SECAS

Catástrofes atravessaram os séculos Sol a pino. Mas o calor ferve também do chão. O que já foi rio se transforma em mais caminho. Mais uma terra rachada. Nesta história de passos-jazigos, cruzes se espalham no cenário emoldurado por uma linha do tempo hostil, de marcas na pele das pessoas e na alma do país, com terra áspera nas memórias. “Na planície avermelhada, os juazeiros alargavam duas manchas verdes. Os infelizes tinham caminhado o dia inteiro, estavam cansados e famintos”. (Trecho do livro Vidas Secas, de Graciliano Ramos) Os infelizes estão nas primeiras palavras de Vidas Secas e não são apenas personagens do olhar de Graciliano Ramos, em meio ao sertão, no ano de 1938. Oito décadas depois da descrição dura de um dos gênios da literatura brasileira, o caminho tem outras curvas de dor e de luta em busca de um mesmo bem: a água. (Por Luiz Cláudio Ferreira) Os infelizes estão nas primeiras palavras de Vidas Secas e não são apenas personagens do olhar de Graciliano Ramos, em meio