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Mostrando postagens de janeiro, 2017

Revolta dos Malês completa 182 anos

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A Revolta dos Malês, lembrada hoje, aconteceu entre os dias 25 e 27 de janeiro de 1835, em Salvador (Bahia). Há 182 anos, cerca de 600 revoltados rogavam de Alá a força que já não mais tinham. Muitos eram ditos como escravos-de-ganho, extorquidos por brancos apesar de serem considerados livres. Ora, como seriam livres se permaneciam escravos? Libertos ou não, pelo chicote ou pela extorsão, permaneciam desprezados. (Imagem: Reprodução) Malê quer dizer muçulmano, de origem iorubá, do imalê. De onde vem também o abá, a esperança. O povo malê era cheio de abá. Por isso, resolveu mudar. Era Período Regencial, com o Golpe da Maioridade. D. Pedro II assumia o poder. Em 1835, entre os dias 24 e 25 de janeiro, começou o motim. Não se sabe ao certo. Aliás, o que se sabe ao certo sobre negros? (Imagem: Reprodução) O povo nagô era liderado por Ahuna, Pacifico Licutan, Sule ou Nicobé, Dassalu ou Damalu, Aprígio, Pai Inácio, Gustard. Queriam libertação dos escravos africanos de origem muçulmana

A RECONSTRUÇÃO DO PÁTIO DO COLÉGIO E O CONCEITO DE “FALSO HISTÓRICO”

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(Vista do Pátio do Colégio em 1887. A fonte, em primeiro plano, foi demolida em 1932/Militão/Acervo Digital da Prefeitura de São Paulo) É difícil hoje imaginar que a metrópole de São Paulo já foi uma pequena vila. Piratininga, como era chamada, foi fundada pelos portugueses que, a partir da região em que hoje é Santos, abriram caminho serra acima até o planalto. O marco inicial do surgimento da cidade foi o Pátio do Colégio, construído pelos Jesuítas no topo de uma colina e inaugurado em 1554. Hoje, é atração turística e pode ser visitado, mas o que conhecemos dele é uma réplica da construção original. Os Jesuítas foram expulsos de São Paulo em duas ocasiões. A primeira, em 1640, por defenderem a liberdade dos índios, e a segunda em 1760, após serem acusados de conspirar contra o rei de Portugal. Isso fez com que o Pátio do Colégio fosse entregue à Coroa Portuguesa, que instalou ali o governo de São Paulo, permanecendo no local até 1912. Essa mudança fez com que a fachada do conju

Como a mídia brasileira sustentou a escravidão

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Livro revela, após vasta pesquisa: jornais, mais conservadores que o próprio Império, bloquearam lei abolicionista e atrasaram em duas décadas e fim do tráfico de africanos para o Brasil ( Por José Tadeu Arantes, na Agência Fapesp ) Em 7 de novembro de 1831, no primeiro ano do período regencial, a Assembleia Geral decretou e a Regência sancionou uma lei proibindo o tráfico de escravos africanos para o Brasil. A lei, bastante explícita em seu texto, declarava livres todos os escravos vindos de fora do Império e impunha penas bastante duras àqueles que os haviam importado. A interpretação corrente na historiografia é a de que essa lei, precedida por um tratado com a Inglaterra que impunha prazo final para o tráfico, foi feita “para inglês ver”, isto é, para acalmar a pressão externa e deixar internamente tudo na mesma. Tal ponto de vista foi contestado pelo livro Imprensa e escravidão: política e tráfico negreiro no Império do Brasil (Rio de Janeiro, 1822-1850), de Alain El Youssef,

O senhor das batatas

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Ao longo dos séculos, os camponeses dos Andes aprenderam a cultivar mais de 3 mil variedades de batatas. Elas são mais gostosas e mais saudáveis e podem nos salvar da fome em climas extremos. Por que então só falamos em batatas fritas? ( Por Eliezer Budasoff ) Julio Hancco é um camponês dos Andes que cultiva 300 variedades de batatas e reconhece cada uma delas pelo nome: a “que faz chorar a nora”, a “cocozinho vermelho de porco”, a “chifre de vaca”, a “gorro velho remendado”, a “sapatilha dura”, a “pata manchada de puma”, a “nariz de lhama negra”, a “ovo de porco”, a “comida para bebê desmamar” e a “feto de cuy” (cuy é um roedor que se come nos países andinos). São nomes escolhidos pelos camponeses para classificar as batatas de acordo com a sua aparência, seu sabor, sua personalidade. Quase todas as variedades que Julio produz a mais de 4 mil metros de altura, nas suas terras em Cuzco, na parte sudeste do Peru, já têm nome próprio. Mas às vezes ele planta uma nova, ou alguma que per