Postagens

Mostrando postagens de abril, 2019

Esquerda e direita, conceitos superados? (1)

Imagem
O projeto da transformação social está sendo pressionado pelo “atualismo” — a noção de que todas as mudanças se fazem dentro do sistema e o mundo se divide em “atualizados” e “obsoletos”. Por que a esquerda está perdendo este debate? (ESTADO EM DISPUTA por Mateus H. F. Pereira e Valdei L. Araujo Publicado 26/04/2019) (Por Mateus H. F. Pereira e Valdei L. Araújo | Imagem: Paul Klonowski)) “o desafio não está em superar os conceitos de esquerda ou de direita, mas sim de atualizar os conceitos de esquerda e de direita, exatamente para que as pessoas consigam estabelecer as diferenças.” (Eliane Brum, dez, 2018) As questões que motivaram a escrita deste texto nasceram uma semana antes do segundo turno das eleições que elegeria Bolsonaro presidente do Brasil, em 2018, e enquanto lançávamos o nosso livro Atualismo 1.0, em Mariana, Minas Gerais. Não imaginávamos que, logo em janeiro de 2019, a tragédia-crime da Samarco, ocorrida em Mariana, fosse se repetir, em Brumadinho, também em

O que está por trás do discurso de ódio

A xenofobia, a rejeição da pluralidade, a mentalidade paranoica em relação ao mundo exterior e a construção de bodes expiatórios se transformaram em tendência mundial. É preciso levar a sério a questão nacional, não deixá-la nas mãos dos extremistas. Também é necessário fortalecer a coesão coletiva Lamentavelmente, no panorama europeu de renascimento do neofascismo, a Espanha já não é uma exceção. Ela acaba de ser tingida, quase de surpresa, com as pinceladas da cor obscurantista e xenófoba que estão avançando por toda parte no Velho Continente, a cor da ultradireita. Demonstra-se, mais uma vez, a sagacidade da afirmação do grande Dom Quixote: “Não há memória que o tempo não apague”. Embora a Espanha tenha no momento apenas um grupo minúsculo, o Vox, ele é parte de uma onda de nacional-populismo neofascista que se espalha pelo mundo todo de maneira traiçoeira. Está se abrindo, sem dúvida, uma nova era de desafios importantes e sérios que as democracias terão de enfrentar, provavelment

BRASIL TEM SÍTIO ARQUEOLÓGICO IMPORTANTE E POUCO CONHECIDO - CALÇOENE, NO AMAPÁ

Imagem
(por Alice Branco) Este é um local de interesse histórico e turístico pois, para além das belezas naturais, a arte rupestre, também abriga o Observatório Astronômico de Calçoene, a "Stonehenge brasileiro". O local é um dos sítios arqueológicos mais interessantes por suas características peculiares. 127 megalitos em um círculo de 30 metros de raio - as pedras, talhadas, apontam os astros, mostram a variação destes nas estações, orientam o povo quanto ao clima, à aproximação das chuvas, ao final do ciclo grande (o ano solar). Trata-se do Parque Arqueológico do Solstício, no Amapá, município de Calçoene. Conheça um pouco da história da descoberta: QUAIS INDÍGENAS FIZERAM OS MONÓLITOS? A área foi descoberta pelo zoólogo suíço Emílio Goeldi no final do século XIX, segundo informa a Revista da FAPESP. Durante o século XX a área foi pesquisada por outros cientistas (em 1920 por Curt Nimuendajú e no final da década de 50, pelos americanos Betty Meggers e Clifford Evans). Muitas

O desafio do México à Europa e a si mesmo

Imagem
Ao pedir que os europeus desculpem-se, Lopez Obrador expõe também o colonialismo interno, presente na dependência econômica e nos cotidianos crimes contra negros e indígenas. Terá coragem para enfrentá-los? OUTRASPALAVRAS DESCOLONIZAÇÕES (por Boaventura de Sousa Santos Publicado 10/04/2019 às 21:16 - Atualizado 10/04/2019 às 22:17) (Imagem: Frei Diego Durán, Matança no Templo Maior (1587)) O século XXI tem sido particularmente insistente na exigência de pedidos de desculpa por atrocidades, violências e crimes cometidos no passado mais ou menos longínquo no contexto do colonialismo europeu. Por vezes, os pedidos de desculpa são acompanhados pelo pedido de reparações ou indenizações. Em 2004, o governo alemão reconheceu a atrocidade cometida contra o povo da Namíbia, o genocídio de 65.000 pessoas de etnia herero que se tinham revoltado contra o colonizador em 1904. Em 2018, o governo da Namíbia exigia o pedido formal de desculpas e a reparação financeira pelo mal cometido, o que foi

O negacionismo histórico como arma política

Imagem
Está em curso no Brasil um revisionismo histórico com base na negação e na manipulação de fatos; ele é promovido por seguidores da "nova direita" e pelo próprio governo Bolsonaro; e vai além do "nazismo de esquerda" CLARISSA NEHER Bonn (Alemanha) 3 de abr de 2019 às 15:52 Deutsche Welle Deutsche Welle Há um revisionismo histórico, com fins políticos, em curso no Brasil. Ele é baseado na negação e manipulação de fatos e é promovido por integrantes do governo Jair Bolsonaro e seguidores da "nova direita". Dizer que não houve golpe em 1964 e que o nazismo foi um movimento de esquerda, como afirmou o próprio presidente, são apenas alguns exemplos. Esses exemplos, segundo especialistas ouvidos pela DW Brasil, fazem parte de uma estratégia maior, de um movimento que busca legitimar os seus projetos políticos a partir de uma visão distorcida da historiografia acadêmica praticada por historiadores no Brasil e no mundo com base em métodos científicos. Promov