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Mostrando postagens de junho, 2017

Jack Daniel’s admite: foi criado por um escravo

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Ao completar 150 anos, destilaria do segundo uísque mais popular no mundo admite: sua fórmula é de autoria de um negro cativo. “Jack” era apenas o proprietário Você provavelmente nunca ouviu falar de Nearis Green, um escravo negro de uma destilaria nos Estados Unidos em meados do século XIX. Mas certamente você já ouviu falar do então jovem Jasper Daniel, mais conhecido como Jack Daniel que, 150 anos atrás, começou uma marca de uísque. O que ninguém sabe é que foi Nearis quem ensinou tudo a Jack. Aos poucos a verdadeira história do segundo uísque mais vendido do mundo (e o líder entre os bourbons) vai revelando que quem estava por trás da receita e das técnicas de destilação do Jack Daniel’s era um escravo. Até então o mérito era oferecido ao Reverendo Dan Call, dono da destilaria onde Nearis era escravo. Acontece que Call, como na maior parte dos casos, nada fazia além de possuir o local; quem trabalhava e de fato entendia de uísque era Nearis – e foi ele quem ensinou tudo a Jack. O...

Bolsonaro, a dimensão colonial

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Apoio dos mais ricos ao deputado fascista revela como estão presentes, entre as elites, ideias de opressão dos pobres, submissão ao estrangeiro branco e predação da natureza (Por Joaquim Alves da Silva Jr | Imagem: Jean-Baptiste Debret) “… só temos o testemunho de um dos protagonistas, o invasor. Ele é quem nos fala de suas façanhas. É ele também, quem relata o que decidiu aos índios e negros, raramente lhes dando a palavra de registro de suas próprias falas. O que a documentação copiosíssima nos conta é a versão do dominador.” (Darcy Ribeiro) A ideia desta breve reflexão é remontar pontos históricos da formação do Brasil enquanto Estado e relacioná-los ao recente contexto de intensificação, por um lado, da violência direcionada às diferentes comunidades marginalizadas, e, por outro, ao paradigma de desenvolvimento extrativo e destruidor da biodiversidade. Esses componentes são pilares estruturais de um sistema de dominação que se consolidou durante período colonial, sendo galvaniz...

Boaventura: para uma Sociologia das Ausências

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(POR BOAVENTURA DE SOUSA SANTOS-13/06/2017) (Imagem: Oswaldo Guayasamin, Ramblas) Por que, há cem anos, os círculos intelectuais e artísticos mais férteis da Europa eram cegos para o resto do mundo e a guerra em que mergulhariam. Como tudo isso se repete hoje | Estamos em 1913, no centro da vida cultural e política da Europa, um centro que passa fundamentalmente por Viena, Berlim, Praga, Paris, Munique e, à distância, Londres. As elites culturais alimentam incessantemente a sua ilustração nos jornais, folhetins e saraus literários, nas galerias de arte, nos concertos, nas tertúlias de café. Estão febrilmente a par da atualidade cultural e artística e seguem com alguma distância a atualidade política, bem menos excitante. Mas há, entre essas elites, jovens revolucionários que, na clandestinidade, vão preparando tempos novos. É um tempo que se imagina como sendo de enorme criatividade, de inovações e irreverências que rompem com as rotinas, as inércias, as convenções. É o novo sécul...