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Mostrando postagens de abril, 2013

Revolução dos Cravos

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Foi o movimento que derrubou o regime salazarista em Portugal, em 1974, de forma a estabelecer as liberdades democráticas promovendo transformações sociais no país. Após o golpe militar de 1926, foi estabelecida uma ditadura no país. No ano de 1932, Antônio de Oliveira Salazar tornou-se primeiro-ministro das finanças e virtual ditador. Salazar instalou um regime inspirado no fascismo italiano. As liberdades de reunião, de organização e de expressão foram suprimidas com a Constituição de 1933. Portugal manteve-se neutro durante a Segunda Guerra Mundial. A recusa em conceder independência às colônias africanas estimulou movimentos guerrilheiros de libertação em Moçambique, Guiné-Bissau e Angola. Em 1968 Salazar sofreu um derrame cerebral e foi substituído por seu ex-ministro Marcelo Caetano, que prosseguiu com sua política. A decadência econômica e o desgaste com a guerra colonial provocaram descontentamento na população e nas forças armadas. Isso favoreceu a aparição de um movi

Hobbes na Bahia por João Pereira Coutinho

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A ausência do Estado, esse velho sonho de anarquistas, pode jogar-nos de volta para uma selva de medo? Sazonalmente, o Brasil arruína-me. Acontece quando a desordem se instala nas ruas do país e eu passo horas ao telefone a falar com amigos ou colegas sitiados em suas casas. Anos atrás, quando o Primeiro Comando da Capital tomou literalmente conta de São Paulo, minha conta de telefone furou a estratosfera. O mesmo sucedeu agora com a greve policial na Bahia, que permitiu o velho cortejo de crimes e pilhagens que fazem parte do circo. Telefonei, confirmei. Todos os meus amigos estão bem, obrigado. Eu é que não estou: primeiro, já pensei seriamente em enviar a conta do telefone para os grevistas do Estado. Eles que paguem a despesa dos meus cuidados. E, depois, porque sou obrigado a concordar com Thomas Hobbes (1588-1679), um filósofo político inglês com quem mantinha uma relação de amor e ódio. Não mais. O ódio era compreensível: sempre que lia "Leviatã" (1651), a minha coste

Idade Média – A dura vida no Primeiro Milênio

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junho 29, 2012 Paulo Alexandre Texto originalmente publicado na revista Veja, em julho de 1999 [com adaptações] O escritor italiano Umberto Eco, autor do bestseller O Nome da Rosa, conta como o cultivo de leguminosas como feijão, ervilha e lentilha – salvou a Europa de morrer de desnutrição na virada do primeiro milênio da era cristã. Eram tempos duros, em que as pessoas morriam de fome ou viviam doentes por causa da alimentação precária. O desenvolvimento do cultivo das leguminosas mudou tudo. Fontes de proteína, elas substituíam a carne escassa, A pecuária praticamente não existia e caçar era um privilégio dos nobres. Com a nova dieta, os camponeses tornaram-se mais robustos e resistentes a doenças. A expectativa de vida aumentou significativamente e a mortalidade infantil decaiu. Os avanços na agricultura descritos por Eco não param por aí. Novas ferramentas agrícolas também começaram a ser usadas, entre elas um tipo de arreio que aumentava a eficiência dos cavalos ao pux

Uma breve história do aborto

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O aborto, apesar de leis contrárias ou favoráveis à sua prática, sempre vai ser um tema polêmico, não apenas por causa da natureza do processo, mas pelas consequências morais, psicológicas, sociais e religiosas resultantes da interrupção da vida. Ao contrário do que muita gente pensa, a decisão de interromper a gravidez não é algo moderno. Desde os tempos antigos, as mulheres se veem em situações em que não desejam – ou não podem – levar uma gestação à frente. A palavra aborto tem origem no latim abortacus, derivado de aboriri (perecer), e oriri (nascer). A prática do aborto, envolvendo métodos físicos ou químicos, já era documentada em antigas sociedades orientais. Entre 2737 e 2696 a.C., o imperador chinês Shen Nung cita, em texto médico, a receita de um abortífero oral, provavelmente contendo mercúrio. Porém, o risco da ingestão de substâncias nocivas para a saúde das mães, fez como que algumas sociedades e culturas preferissem realizar a prática do infanticídio, ou seja, a morte

SP Sem Passado: Carta Aberta

Detalhes Publicado em Terça, 09 Abril 2013 12:45 Fórum “SP Sem Passado: Ensino de História e Currículo” Carta Aberta "Recentemente, através das Resoluções no 81 de 16/12/2011 e no 2 de 18/01/2013, a Secretaria de Educação do Estado de São Paulo retirou o ensino de História (além de Geografia e Ciências Físicas e Biológicas) dos 1°, 2° e 3° anos da Matriz Curricular dos anos iniciais do Ensino Fundamental e reduziu a presença da disciplina de História a 5% da carga horária no 4° e 5° anos, restando apenas 100 horas de estudo de História numa carga total de 5.000 horas de estudos para as crianças entre 6 e 10 anos de idade. Soma-se a esse sequestro cognitivo, a proposta curricular São Paulo Faz Escola, criada em 2007 e ainda mantida pela atual gestão do governo do estado, com seus fascículos apostilados voltados aos anos finais do Ensino Fundamental e Médio, denominados Caderno do Professor e Caderno do Aluno, que padronizam práticas, engessam a autonomia e a criativi

Que deselegantes!

Mesmo após ter acesso a bens importados, moradores do Brasil eram considerados mal vestidos pelos estrangeiros Márcia Pinna Raspanti 1/2/2013 Num jornal ilustrado para a família, saias com babados, espartilhos, jóias e penteados. Festas e bailes eram lugar para exibir vestidos e adereços. (Fundação Biblioteca Nacional) A abertura dos portos às nações amigas, em 1808, permitiu que o Brasil fosse invadido por artigos importados dos mais variados, principalmente de origem inglesa. Os produtos ligados à indumentária e à beleza deram novo fôlego à vaidade dos homens e mulheres de então. O período imperial no Brasil foi marcado por modos e modas que acompanharam as grandes mudanças políticas, econômicas e sociais. Roupas, acessórios, joias e penteados revelam como se comportavam as pessoas, a sutileza de seus costumes e os códigos secretos da vida em sociedade. O acesso aos itens de luxo, entretanto, não tornou os moradores das terras brasileiras mais elegantes aos olhos dos viajantes

Universalismo excludente

Apesar da dita causa humanitária, a recente ocupação francesa do Mali transparece política internacional ocidental ainda baseada na relação colonialista com os países africanos Rafael Betencourt 18/2/2013 As notícias da recente intervenção francesa no Mali revelam uma nova crise internacional entre Europa e o continente africano. Em janeiro passado, o governo do presidente François Hollande lançou uma ofensiva contra rebeldes islâmicos que controlavam a região norte do país norte-africano. A nação já conta o reforço de 3,5 mil soldados enviados pela ex-metrópole e outros 6 mil que chegaram como parte da Missão Internacional de Apoio ao Mali (Afisma, na sigla em inglês) liderada pela União Africana (UA) e apoiada pelas Nações Unidas. A interpretação a respeito da intervenção poderia se restringir a mais um capítulo da luta do ocidente contra o fundamentalismo islâmico, ou apenas como mais uma intervenção humanitária no continente africano em benefício dos direitos humanos. No

Fora da linha

Criada em 1854 pelo Barão de Mauá, primeira ferrovia do Brasil quase desapareceu Mauro de Bias 1/4/2013 Caminhando pelo distrito de Piabetá, em Magé, na Baixada Fluminense, ela pode passar despercebida, mas sua importância não é pequena. Soterrada por asfalto, canteiros e ocupações irregulares, jaz a primeira ferrovia construída no Brasil, a Estrada de Ferro Barão de Mauá. Tombada pelo patrimônio histórico, a linha de 14 quilômetros, que vai de Guia de Pacobaíba a Raiz da Serra, está em grande parte tão danificada que já desapareceu. Para reativar a linha, foi formado um grupo de trabalho que deve contratar nos próximos meses um levantamento completo do estado atual do patrimônio. Mas os desafios são muitos, conforme explica Antonio Pastori, representante da Associação Fluminense de Preservação Ferroviária (AFPF) no grupo. “Magé tem dívidas com a União e o Iphan não tem verba para bancar o projeto”, comenta. As soluções estudadas envolvem a inclusão do projeto na Lei Rouanet,

Origem do Sacro Império Romano Germânico

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Dá-se o nome de Sacro Império à união de alguns territórios da Europa Central durante o final da Idade Média e o início da Idade Moderna. No ano de 476 d.C. o Império Romano passou por diversos embates que, consequentemente, ocasionaram a sua derrubada final. Além do declínio econômico motivado pela grande inflação promovida pelos imperadores durante a crise do terceiro século e o declínio cultural gerado após a naturalização dos bárbaros, Roma ainda foi invadida pelos hérulos, povos germânicos originários do sul da Escandinávia. O Estado resolveu intervir criando o cesaropapismo, sistema de relações em que lhe cabia a competência de regular a doutrina, a disciplina e a organização da sociedade cristã. O fim do Império Romano pôs fim no controle da igreja pelo Estado, no Ocidente, que havia se fortalecido com o tempo. Em 919 d.C. a Germânia foi invadida pelos bárbaros húngaros. Os germânicos pediram ajuda aos carolíngios, mas não obtiveram êxito. Em 936 d. C. Oton I foi nomeado impe